viernes, 2 de febrero de 2007

VIGILANTES

Publicamos un artigo tirado do Indymedia no que fala sobre un tema moi de actualidade : os seguratas. De feito, o tema de incluír nas protestas polas bibliotecas na USC as reivindicacións destes chamados "traballadores" da seguridade é o que fai que moita xente fique na casa. No artigo explícase a postura de toda esa xente (na que me inclúo) mira con recelo as citadas mobilizacións.

Ninguém, desde um sindicalismo de classe minimamente sério, que ainda existe, tem a menor dúvida a respeito de que guardas civis, antidistúrbios e polícias nom som trabalhadores. Realmente, a prática colocou frente a frente uns e outros em multidom de ocasions e impujo o elementar sentido comum que assegura que o exercício da repressom, mesmo que seja cumprindo o movimento articular final dumha longa cadeia de mando que parte dumha Delegaçom do Governo, nom é um trabalho, e quem cobram por realizar esta funçom nom som trabalhadores. Som repressores.

De facto, e como prova, os próprios guardas civis, antidistúrbios e polícias som conscientes da realidade e, além do que imponhem os seus regulamentos internos, nom se organizam nunca como tais nos chamados sindicatos de classe nem demandam o apoio de outros sectores sociais quando se encontram em conflito profissional com o Estado que os emprega: optam por defender os seus interesses à margem, criando as suas próprias e exclusivas associaçons corporativas.

Frente a esta verdade elementar alguns argumentam –se calhar, embargados por um falso paternalismo ou por sentimentos de compasiom cristá- que guardas civis, antidistúrbios e polícias procedem em muitos casos das classes populares galegas, que falam habitualmente a nossa língua nos vestiários, que “nom todos som iguais” (sic) e que, certamente, também som “vítimas”, porquanto a sua própria eleiçom pessoal está determinada, em última instáncia, por umha específica estrutura sócio-económica dependente e pola alienaçom que esta produz na populaçom que se encontra sob ela. Disgraçadamente, estas consideraçons nom solucionam nada nem desmintem a anterior argumentaçom: o poder recrutou sempre os seus mamporreiros entre os sectores mais depauperados do povo e isso nom libera aqueles –os mamporreiros- da sua condiçom, por muito compreensíveis que sejam dum ponto de olhada puramente humano determinadas situaçons. Devemos tirar-nos as vendas dos olhos e os paternalismos da cabeça: a procedência de classe nom é um passaporte que libere ninguém das suas responsabilidades nem um lábel de ingenuidade eterna: quem é e age como agente da repressom contra os seus, vir donde vir, falar o que falar, nom é um trabalhador e nom pode ser admitido como tal.

Se todo o anterior parece medianamente evidente para um amplo sector do que alguns chamam candidamente “antagonismo”, semelha que as cousas se nos complicam, ou polo menos se nos distorcionam, quando de que falamos é de carcereiros e vigilantes privados. Deixaremos os primeiros para outra ocasiom e esqueceremos que o “produto” da sua “força de trabalho” é o controlo, a contençom e a violência aplicada de modo preciso sobre quem, procedendo também do povo, preferírom em muitos casos optar por resistir politicamente, desrespeitar o tótem da propriedade privada ou, simplesmente, consumir e comercializar substáncias proibidas como via de escape ou fonte de recursos.

Falemos pois dos segundos –dos vigilantes- que, aliás, estám “de moda” em Compostela trás a decisom da Reitoria da USC de recurtar gastos reduzindo o quadro de pessoal de Prosegur que opera na instituiçom e sem tocar, evidentemente, os salários, privilégios e prevendas dos seus responsáveis e da larga coorte de zánganos e parasitos que medra ao seu redor.

CIG ¿e CUT? apresárom-se a saír em defesa dos “trabalhadores”, equiparando o seu serviço ao de jardineiros, técnicos de mantença e limpadores e agitando a insegurança que, paradoxalmente, sintem agora eles e as suas famílias ante a perspectiva do desemprego. Embora, algo renge fortemente na equiparaçom: se é certo que som trabalhadores, qual é o bem ou o serviço que eles “produzem”? Responderá-se-nos: “produzem serviços: segurança para todos e protecçom dos bens materiais públicos e privados”. De facto, isto é o que respondem os próprios interpelados pola política de recurtes de Senén Barro e o que o reitor argumenta para contratar Prosegur na USC.

Contodo, isto nom deixa de ser umha falsidade. Se destripamos um pouco o mundo real, olhamos que a afirmaçom nom se sostém: a “segurança” nom é, neste caso, um serviço social, mas apenas a defesa activa, ou habitualmente passiva –coerçom através da mera presença-, dum determinado estado de cousas que se pretende fazer passar por legítimo e socialmente necessário. Neste caso, é na USC, mas também poderia ser num área comercial, um edifício institucional, umha estaçom de trem, umha escola ou um centro de produçom. Em todos os casos, os vigilantes, sintam-se como se sintam no seu imaginário pessoal de autolegitimaçom, jogam o papel de presença fáctica do poder e elemento intimidatório frente a reais ou potenciais transgressores da ordem estabelecida nos espaços que “protegem”: o ingresso em manifestaçom de trabalhadores precarizados da administraçom autonómica num edifício oficial, o protesto organizado dos usuários de Renfe polos incumprimentos da empresa, ou a tentativa dum piquete informativo de entrar num centro comercial, encontrarám sempre à sua frente os vigilantes, como barreira de contençom, como advertência intimidatória ou como exercício brutal e legítimo da violência.

Longe destes exemplos mais espectaculares e, neste momento, inusuais, que citamos, está a pedagogia social que transmite o poder através da crescente presença diária do vigilante por toda a parte: a ideia subliminal e antidemocrática de que o espaço público nom pode ser gerido livremente polos cidadáns e as cidadás; de que é um espaço adverso, inçado de ameaças e perigos para os indivíduos e que, portanto, o poder, como representante legítimo de todas e todos nós, deve intervir decisivamente através da administraçom do controlo e a violência, para salvaguardar uns indivíduos de outros e dos perigos que a todos ajejam. Simultaneamente, obtém uns ganhos multimilionários....

A vigiláncia privada é, hoje, graças à construçom mediática e policial da paranóia da “insegurança cidadá”, um dos sectores económicos em expansom da economia. Os vigilantes nom cumprem um serviço social, mas velam pola propriedade privada e, especialmente, pola sustentabilidade da ordem tal e como está estabelecida esvaziando o Estado dum outro “serviço”. Trabalhadores em conflito, ciganos, toxicómanos, estudantes protestatários, jovens rebeldes, indivíduos suspeitos, emigrantes, etc. podem falar mais e melhor do que ninguém sobre a “funçom social” dos vigilantes.

Os empregados de Prosegur na USC apesar de “trabalharem” num contexto de relativa calmaria social, destacárom-se quando pudérom faze-lo como ferozes defensores do státus quo dominante na empresa à que emprestam os seus “serviços”: abrírom cabeças no seu dia, especializárom-se também na repressom de liberdades públicas nos cámpus da USC, agírom como soprons do patronato, a Polícia espanhola e a municipal, como ordena o regulamento legal polo que se regem, etc. Mais de umha vez, eles, que agora se sintem “inseguros” e agitam umha imaginada condiçom de classe –diferenciemos procedência e condiçom!- enquanto demandam solidariedade dessa selva que denominam “comunidade universitária”, colocárom-se precisamente à nossa frente, agredírom-nos, agírom como chivatos, etc. Certo: cumpriam funçons encomendadas, mas os antidistúrbios que enviárom ao hospital dezenas de operários vigueses no passado 8 de Maio encontravam-se na mesma situaçom.

A inóqua imagem tranquilidade que oferecem uns senhores uniformados a passeiar prazidamente de carro amarelo todo o dia é fruto dumha situaçom transitória de calmaria social, onde os estudantes nom reivindicam e os trabalhadores nom se movem, mas nom se corresponde nem com o “historial”, nem com as funçons atribuidas, nem com a prática potencial. Poderiamos considerar “normal”, “sam”, “respeitável” ou “digno” àquel que, revestido com um uniforme azul, um casco a prova de golpes e a garantia de impunidade que achega umha bandeira espanhola oficial cosida num dos seus deltoides, ganha o pam disolvendo manifestaçons, abrindo cabeças ou disparando pelotas de goma? Evidentemente, nom, embora o víssemos brincar à paisana umha manhá de domingo com as suas crianças.

Com os vigilantes ocorre o mesmo: nom som trabalhadores, som repressores!
Cada pau que agüente a sua vela.


Sr. Martínez Lirón
Tirado do Indymedia Galiza

2 comentarios:

Richi dijo...

Imos ver capión eu son un vixiante da usc e traballo de vixiante até o de agora e en 7 anos non tuven ningún altercado con ninguen e digoche máis podo ser tan nacionalista coma ti con todo eso. O único que fago e un traballo de consersexe nocturno nunha residencia, e si eso non o queren que volvan a poñer as prazas de vixiantes nocturnos. Outra cousa a maioria que sempre fala destas cousas non pegou un pau na agua na puta vida non sei si asi foi o teu caso pero eu con 28 anos que teño xa fun mariñeiro na miña terra traballei nunha conserveira e nunha imprenta levo traballando desde os 17 anos asi e o unico que defenden nestes casos os sindicatos son POSTOS DE TRABALLO e nada máis e para rematar considerome menos epañol que ninguen pero tampouco son anarquista e estou a favor dos exrcitos para o noso pais, Galiza. Así a moito que te foda un saudo nacionalista e de clase compañeiro.

Anónimo dijo...

Parece-me mui ben que currases e te buscases a vida dignamente, pero eu som da opiniom de que nunca "trabalharía" em algo que consistise en coartar os dereitos d@s demais ao serviço, neste caso dumha reitoría regida polos interesses empresariais. Por isso non sería vigilante, nem policia, nem militar. Nom me parece ético fazer o trabalho sujo do poder. Porque agora nom há umha situaçom de protesta e a violência que exerce um vigilante é máis bem potencial (nom no teu caso, se dis que trabalhas numha residéncia, mas sim no caso dos vigilantes de rúa), pero sodes vós "o braço armado da reitoría", a forza bruta do poder quando os de arriba consideram que "há que dar-lhes umha malheira aos estudantes rebeldes", coma no caso da LOU...
E vou-che dar um exemplo: non sei se sabes que vai haber umha reforma na Universidade, o chamado Plano de Bolonha. Pois bem, esta reforma inclúe um aumento considerável das taxas de matrícula, acompanhado dumha substituçom das bolsas por préstamos, o qual vai deixar a muita gente sem entrar na universidade, vai restringir muito o accesso a umha educaçom superior (entre outras muitas medidas que van totalmente na direçom de privatiçar a universidade). Neste caso, a minha obriga moral (e máis me vale) é protestar do jeito que eu o veja conveniente. E ti, ao margem das túas opinions pessoais, és o encarregado de evitar que eu proteste: de que eu ponha cartaces, de que eu faga umha pintada, de que me mobilice... reivindicando os meus direitos. Por isso eu nunca sería vigilante, porque nom podería impedir a ninguém que luite polos seus dereitos. É por isto que nom me parece um trabalho digno, e para o que menos, para ti.
Nom o tomes coma nada pessoal, pero é assim coma eu o vejo.
Ah! E nem o nacionalismo é um cheque em branco nem o anarquismo o demo...

Um saúdo!

A ria e nosa e non de REGANOSA